Completando cinco anos de existência, o Festival Polifonia encontrou uma nova casa no icônico Circo Voador, palco de um dos encontros mais memoráveis e diversificados da cena musical brasileira. A mudança de local se provou um grande acerto, proporcionando uma experiência ainda mais envolvente e acolhedora ao público, que pôde interagir de forma intensa com as atrações em um ambiente clássico e próximo ao palco.
A atmosfera festiva já começava a se destacar nos intervalos entre os shows, graças à animada discotecagem de Júlia Barros, que se revezava com as apresentações vibrantes da Roda de Ska, que transformava clássicos do rock e da MPB em versões alegres de Ska e Ska Punk. Essa fusão deu uma nova vida a canções conhecidas, criando momentos de pura diversão e preparando a energia para os shows seguintes, num formato que conferiu ao festival o ar de um grande evento.
Para os fãs de merchandising, a variedade era tanta que foi quase impossível levar apenas um item para casa. Além dos produtos das bandas, a loja Time Bomb trouxe uma edição especial voltada ao festival, com estampas exclusivas que deram um toque especial ao visual de quem estava lá para celebrar o Polifonia.
A primeira apresentação foi de El Toro Fuerte, que abriu a noite com seu estilo autêntico, surpreendendo novos ouvintes e entusiasmando os fãs de longa data. Na sequência, a Sound Bullet subiu ao palco com sua sonoridade diversa, trazendo influências que iam do indie ao rock alternativo. Músicas como Aceitar Perdão, When it Goes Wrong e O Ano da Volta foram destaques da setlist, levando o público a cantar em coro, dançar e até bater cabeça, em um show que capturou a alma do festival.
Um dos pontos altos e mais únicos do festival foi o show de reunião do Deluxe Trio. Após uma década sem se apresentarem juntos, “Bil” Zander, Ricardo “Bola” e Guta voltaram ao palco em um momento que só o Polifonia poderia proporcionar. Gabriel Zander trouxe composições memoráveis, enquanto Guta mostrou uma presença de palco cativante e Bola, com seu estilo poderoso, dispensava até microfones na bateria.
A noite seguiu com o show intenso de Garage Fuzz, que energizou o público desde a primeira nota de Jaded. Com rodas de mosh e Victor Franciscon fazendo stage dives, foi uma performance catártica que consolidou o festival como um evento essencial para os fãs cariocas de hardcore.
Em uma transição de estilos marcante, o festival mudou o ritmo e trouxe Esteban Tavares ao palco, oferecendo uma pausa melancólica com músicas como Carta aos Desinteressados e Cigarros e Capitais. Com apenas guitarra, baixo e bateria, Esteban emocionou o público com letras profundas, com alguns até derramando lágrimas ao som de suas composições introspectivas.
Para fechar a noite, a banda carioca menores atos celebrou os 10 anos do álbum Animalia, uma obra que marcou a cena nacional e cativou fãs de todo o país. A apresentação foi um verdadeiro espetáculo, entre rodas de mosh, gritos e lágrimas, o show conteve participações surpresa, como a do baterista Bola, que voltou para uma performance nos vocais de Transtorno. E não se limitando por ai, ainda teve mais participações de peso: Luiz Felipe, baixista fundador da banda e atualmente vocalista da Benin, trouxe à tona a nostalgia dos primeiros dias da menores atos. Reynaldo Cruz, vocalista do Plastic Fire, também marcou presença em Tragédia Circular, música que ele colaborou no álbum comemorativo. O show foi coroado com uma cena emocionante, quando os fãs ergueram um cadeirante até o palco, criando uma das imagens mais memoráveis do festival.
Após uma edição histórica, o Polifonia já deixa os fãs ansiosos para o que está por vir. Espera-se que a próxima edição traga uma mistura ainda maior de estilos e sonoridades, com reencontros inéditos, ações interativas, novos produtos de design cuidadoso e, quem sabe, atrações internacionais que elevem ainda mais o festival. Para aqueles que desejam sentir a música de forma visceral, o Polifonia é o evento imperdível da cena independente no Brasil.
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